Tramita na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) um projeto de lei que declara como Patrimônio Cultural Imaterial goiano as comemorações de Folias de Reis e Festa do Divino Espírito Santo. O projeto, protocolado no Legislativo com o n° 97/23, foi proposto pelo deputado Amilton Filho (MDB).
Em justificativa, o parlamentar lembrou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) considera bens culturais de natureza imaterial as práticas e domínios da vida social que se manifestem em saberes, ofícios e modos de fazer celebrações. Ele também considerou que ambas as festas compõem um quebra cabeça em constantes construções e revitalizações das tradições culturais goianas e remetem à ideia do saber social, que ultrapassa os limites da educação tradicional.
Quanto à primeira delas, Filho lembra que trata-se de uma festa associada a uma tradição cristã, vinda de Portugal e trazida ao Brasil no Século XIX. "Na maioria das vezes, a festividade de Folia de Reis ocorre com a visita do grupo do festejo à casa das pessoas. Os moradores que recebem a visita da Folia de Reis ofertam comidas e prendas. Os integrantes agradecem e logo seguem para o próximo destino, passando pelas ruas da cidade", explicou.
"É válido pensar a Folia de Reis enquanto prática cultural em Goiás, que solidifica a identidade cultural dos foliões goianos pois a comunidade inteira se mobiliza meses antes da saída da folia, construindo ranchos que serão usados para o pouso e fornalhas para preparação dos alimentos; engordando animais para a festa. Todos esses passos constituem o ritual tradicional da Folia de Reis em Goiás", pontuou.
Ao falar, por sua vez, sobre a Festa do Divino Pai Eterno, o deputado destacou que a celebração é uma festa cristã com origem tão antiga quanto o próprio cristianismo. "O seu nome litúrgico é 'Festa de Pentecostes'. (...) A Festa do Divino Espírito Santo é o reflexo de nossa cultura, e como todas as festas populares, caracteriza-se pela repercussão que tem entre o povo, mobilizando-o parcial ou quase totalmente para participar dos eventos ou a eles assistir".
O texto foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), que acatou o relatório do deputado José Machado (PSDB). O projeto está agora em análise na Comissão de Cultura, Esporte e Lazer.
Texto: Agência Assembleia de Notícias