“Não precisa recorrer ao preconceito”, diz Amilton sobre crítica homofóbica

Amilton Filho (SD) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) hoje (22) para responder a crítica homofóbica do colega Major Araújo (PSL), que na segunda-feira (21) se utilizou de termos como “boiolinha” e “mocinha” para contrapor uma fala do deputado durante as votações de projeto da Governadoria.

 

“O que foi dito pelo senhor ofendeu não a mim, nem aos outros deputados da base, mas sim uma população inteira que merece respeito e dignidade”, afirmou Amilton Filho, pontuando que expressões como essa são, além de pejorativas, não cabem dentro de uma Casa de Leis.

 

O deputado lembrou que apesar de cada um dos parlamentares terem trajetórias e pautas políticas geralmente diferentes todas são igualmente legítimas. “Para fazer oposição não precisa recorrer ao preconceito”, frisou Amilton a Major Araújo.

 

“Eu espero que o senhor reflita sobre isso e faço votos para que a Assembleia Legislativa de Goiás permaneça no caminho da civilidade, da empatia e do respeito”, encerrou o deputado.

 

Leia a íntegra do pronunciamento de Amilton Filho nesta terça-feira (22):

 

Deputado Major Araújo, gostaria que o senhor não somente prestasse atenção nessas minhas palavras, mas que também olhasse em meus olhos.

 

Esse meu pedido é pela seriedade da reflexão que trago nesta tarde a esta Casa, lugar onde cada um chega com uma trajetória política e pautas geralmente muito diferentes, mas igualmente legítimas.

 

Deputado Major Araújo, ontem, quando o senhor respondeu ao meu apelo por civilidade nesta casa, eu estava em Rio Quente (Go), mais um dos municípios do interior, onde tenho ido para entregar emendas parlamentares e conhecer de perto os problemas da população.

 

Por isso, a minha participação teve de ser à distância, por meio dessa ferramenta que a pandemia nos propiciou para estarmos presentes mesmo não estando no plenário.

Mas, hoje fiz questão de estar aqui no plenário para dizer essas palavras, olhando nos seus olhos.

 

Deputado Major Araújo: o que foi dito pelo senhor ofendeu não a mim, nem aos outros deputados da base, mas sim uma população inteira que merece respeito.

 

Respeito porque é gente como qualquer um de nós.

 

Respeito porque pagam impostos.

Respeito porque estão aqui na Assembleia, nas instâncias de poder, nas redações, nos forças de segurança pública, nos hospitais, nas escolas, universidades e, sobretudo, em nossas famílias.

 

Eu sou um pai de família, tenho a minha esposa, um filho pequininho maravilhoso e outra filha que está a caminho.

 

Então, a defesa que eu faço aqui é pela solidariedade e pela dignidade dos homossexuais que o senhor chamou de “boiolinha” – esse termo tão “démodé” e pejorativo, que tenta diminuir e gerar ainda mais preconceito sobre essas pessoas.

 

Deputado Major Araújo, encerro minhas palavras lembrando que o senhor tem não somente o direito, mas o dever de fazer uma defesa firme e intransigente dos seus colegas policiais militares.

 

Nossos aguerridos e nobres heróis do cotidiano, sobretudo, neste momento da pandemia, em que merecem a nossa atenção. Mas, para chamar atenção para os direitos dos policiais militares não é necessário humilhar ninguém.

 

Para fazer oposição não precisa recorrer ao preconceito. Estamos em um novo tempo em que palavras homofóbicas como essa não cabem mais.

Eu espero, de coração, que o senhor reflita sobre isso e faço votos para que essa Casa permaneça no caminho da civilidade, da empatia e do respeito.

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